quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Santa Teresa Juliana



Aih, Jesús, donde te has ido, que un instante no puedo verme sin tigo
Aih Jesús de mi alma, donde te has ido, que parece que no vienes y te has perdido 
Aih Jesús, qué diré yo, si os vais con otras, qué haré yo: 
Clamaré, lloraré hasta ver a Dios, y si no, y si no, morir de amor.



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O arauto do grande rei - Homilia pronunciada na primeira missa de Joseph Ratzinger em 1955





Era abril de 1207, na Itália repleta de sol. Foi o mês em que São Francisco de Assis tinha sido deserdado e rejeitado por seu pai. Ele não tinha nada, não era sua nem mesmo a roupa que usava, e ainda assim possuía algo que ninguém poderia lhe roubar: o amor de Deus, a quem ele podia agora chamar de “Pai” de uma forma totalmente nova.

E ele sabia que isso era muito mais do que possuir o mundo inteiro. Assim, seu coração se encheu de alegria e caminhava cantando pela floresta da Úmbria. Mas, de repente, perto de Gubbio, do meio do mato saltaram dois ladrões para assaltá-lo; então, surpreendidos com a aparência tão curiosa de Francisco, perguntam-lhe: “Quem é você?”. E ele responde: “Eu sou o arauto do grande Rei”.

Francisco de Assis não era um sacerdote, ele foi diácono toda a sua vida; mas o que ele disse naquela ocasião também é uma descrição profunda do que é e deve ser um sacerdote: é o arauto do grande Rei, Deus, é o locutor e pregador do senhorio de Deus que deve se estender para os corações dos homens em todo o mundo.

Nem sempre o arauto percorrerá as estradas cantando; às vezes sim, é claro, porque o bom Deus sempre dá a cada sacerdote novos momentos em que, com assombro e alegria, reconhece a grande tarefa que Deus lhe concedeu. Mas contra este arauto se levantam sempre os ladrões, por assim dizer, os quais não gostam deste anúncio: são principalmente os indiferentes, os que nunca têm tempo para Deus, aqueles que – exatamente no momento em que Deus lhes chamasse – pensariam que realmente têm outras coisas para fazer, eles têm sempre muito trabalho para fazer; depois há aqueles que dizem que não é preciso construir igrejas, mas sim casas, e seria muito bom se depois surgissem ao lado delas cinemas e lugares para todo o tipo de diversão.

Para estes, o sacerdote deve proclamar constantemente o fato, muitas vezes desconfortável, de que o homem não vive só de pão, mas antes de tudo da Palavra de Deus. E que o homem não vive somente de pão, mas de algo mais, eu acho que hoje nós podemos notar isso muito bem. Cada vez mais, há pessoas que têm tudo o que deseja, dinheiro suficiente para se vestir e comerem o que quiserem, e mesmo assim, algum dia, dizem: “Não posso mais viver”, “não aguento mais, não faz sentido essa vida”. E aqui se vê que o homem precisa de algo mais do que o pão, pois existe nele uma fome mais profunda, a fome de Deus, que só pode ser satisfeita com a Palavra de Deus.

Acredito que na ocasião desta homilia e da celebração desta primeira Missa, todos nós podemos refletir um pouco se não estamos também nós, de uma forma ou de outra, entre aqueles indiferentes que, com a sua crítica, com o seu chegar atrasado ou nem mesmo chegar, tornam mais difícil ou fazem o sacerdote perder o gosto pelo seu trabalho.

Depois, há aqueles que são hostis, aqueles que por detrás de cada sacerdote veem o representante do clericalismo, de um poder contra o qual devem defender-se; e não há necessidade de dizer a vocês os slogans e os pensamentos que estão circulando hoje em dia sobre isso. Certamente os conheceis tão bem quanto eu; e todos nós – creio – vemos não só o suor que custa o trabalho de semeadura, mas também quanto esforço requer a colheita do Reino de Deus, para a qual o Senhor o enviou como um trabalhador em seu campo, sobre o qual, certamente, também crescem cardos e espinhos, não muito diferente do campo deste mundo.

E, apesar de toda a oposição, o sacerdote deve sempre trazer de volta o anúncio do senhorio de Deus que deseja se estender em este mundo, porque ele é o arauto do grande Rei, de Deus, que clama no deserto do tempo; ou, para dizer com os teólogos, de modo simples e conciso: ele não toma parte apenas na função pastoral de Jesus Cristo, mas também na sua função magistral; ele não é apenas enviado para administrar os Sacramentos, mas também para proclamar a Palavra de Deus.

Caros cristãos! O que eu disse nesta homilia são só poucos, pequenos e insignificantes detalhes da imagem global da existência sacerdotal. Mas, confrontado com a realidade de Deus, no fundo todo homem é como uma criança que balbucia, e até mesmo o maior homem não pode dizer mais do que alguns detalhes insignificantes. Em conclusão, gostaria de repetir mais uma vez a oração que lembrei anteriormente; antes de colocar-se a serviço, na oração eucarística, do milagre da santa consagração, o novo sacerdote se voltará mais uma vez em direção a vocês, dizendo: “Orate fratres”: orai irmãos, para que o meu e vosso sacrifício seja agradável a Deus, nosso Senhor!

Então por favor, não considerem estas palavras como uma frase feita que o Missal traz, como uma fórmula que o sacerdote deve pronunciar porque é o momento que deve ser dita; em vez, considerai-a como uma verdadeira oração dirigida a todos vocês. Porque talvez hoje o que o sacerdote mais precisa é que se reze muito por ele; para ele é infinitamente reconfortante saber que há pessoas estão cuidando dele diante de Deus, ou seja, que estão rezando por ele. É como se uma mão boa o mantivesse em uma subida íngreme, de modo a ter esta certeza: “eu posso ir tranquilo, porque sou sustentado pela bondade daqueles que estão comigo”.

E cada vez que no futuro vocês forem à Missa e escutarem esta fórmula, orate, fratres(orai irmãos), considerai-a como uma exortação, como uma verdadeira súplica dirigida a vocês: orai irmãos, para que a oferta da vida deste sacerdote e de todos os sacerdotes seja agradável a Deus, o Senhor.

Fonte: J. RATZINGER, Opera Omnia, vol. XII: Annunciatori della Parola e Servitori della vostra gioia“, Libreria editrice Vaticana, pp. 750-752. Tradução: Pe. Anderson Alves.

http://www.presbiteros.com.br/site/duas-homilias-de-joseph-ratzinger-sobre-o-sacerdocio/

sábado, 29 de novembro de 2014

Pentecostes




1 Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. 2 De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. 3 Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. 4 Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. 5 Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. 6 Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7Profundamente impressionados, manifestavam a sua admiração: Não são, porventura, galileus todos estes que falam? 8 Como então todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? 9 Partos, medos, elamitas; os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, 10 a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene; peregrinos romanos, 11 judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus! 12 Estavam, pois, todos atônitos e, sem saber o que pensar, perguntavam uns aos outros: Que significam estas coisas? 13 Outros, porém, escarnecendo, diziam: Estão todos embriagados de vinho doce. 14 Pedro então, pondo-se de pé em companhia dos Onze, com voz forte lhes disse: Homens da Judéia e vós todos que habitais em Jerusalém: seja-vos isto conhecido e prestai atenção às minhas palavras. 15 Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, visto não ser ainda a hora terceira do dia. 16 Mas cumpre-se o que foi dito pelo profeta Joel: 17 Acontecerá nos últimos dias - é Deus quem fala -, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão. 18 Sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei naqueles dias do meu Espírito e profetizarão. 19 Farei aparecer prodígios em cima, no céu, e milagres embaixo, na terra: sangue fogo e vapor de fumaça. 20 O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. 21 E então todo o que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 3,1-5). 22 Israelitas, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis, 23 depois de ter sido entregue, segundo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios. 24 Mas Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, porque não era possível que ela o retivesse em seu poder. 25 Pois dele diz Davi: Eu via sempre o Senhor perto de mim, pois ele está à minha direita, para que eu não seja abalado. 26Alegrou-se por isso o meu coração e a minha língua exultou. Sim, também a minha carne repousará na esperança, 27 pois não deixarás a minha alma na região dos mortos, nem permitirás que o teu santo conheça a corrupção. 28 Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria com a visão de tua face (Sl 15,8-11). 29 Irmãos, seja permitido dizer-vos com franqueza: do patriarca Davi dizemos que morreu e foi sepultado, e o seu sepulcro está entre nós até o dia de hoje. 30 Mas ele era profeta e sabia que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes seria colocado no seu trono. 31 É, portanto, a ressurreição de Cristo que ele previu e anunciou por estas palavras: Ele não foi abandonado na região dos mortos, e sua carne não conheceu a corrupção. 32 A este Jesus, Deus o ressuscitou: do que todos nós somos testemunhas. 33 Exaltado pela direita de Deus, havendo recebido do Pai o Espírito Santo prometido, derramou-o como vós vedes e ouvis. 34 Pois Davi pessoalmente não subiu ao céu, todavia diz: O Senhor disse a meu Senhor: Senta-te à minha direita 35 até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés (Sl 109,1). 36 Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo. 37Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram de Pedro e dos demais apóstolos: Que devemos fazer, irmãos? 38 Pedro lhes respondeu: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. 39 Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus. 40 Ainda com muitas outras palavras exortava-os, dizendo: Salvai-vos do meio dessa geração perversa! 41 Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos.

Atos dos Apóstolos, Capítulo II

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Dies iræ




1
Dies iræ! dies illa
Solvet sæclum in favilla
Teste David cum Sibylla!

2
Quantus tremor est futurus,
quando judex est venturus,
cuncta stricte discussurus!

3
Tuba mirum spargens sonum
per sepulchra regionum,
coget omnes ante thronum.

4
Mors stupebit et natura,
cum resurget creatura,
judicanti responsura.

5
Liber scriptus proferetur,
in quo totum continetur,
unde mundus judicetur.

6
Judex ergo cum sedebit,
quidquid latet apparebit:
nil inultum remanebit.

7
Quid sum miser tunc dicturus?
Quem patronum rogaturus,
cum vix justus sit securus?

8
Rex tremendæ majestatis,
qui salvandos salvas gratis,
salva me, fons pietatis.

9
Recordare, Jesu pie,
quod sum causa tuæ viæ:
ne me perdas illa die.

10
Quærens me, sedisti lassus:
redemisti Crucem passus:
tantus labor non sit cassus.

11
Juste judex ultionis,
donum fac remissionis
ante diem rationis.

12
Ingemisco, tamquam reus:
culpa rubet vultus meus:
supplicanti parce, Deus.

13
Qui Mariam absolvisti,
et latronem exaudisti,
mihi quoque spem dedisti.

14
Preces meæ non sunt dignæ:
sed tu bonus fac benigne,
ne perenni cremer igne.

15
Inter oves locum præsta,
et ab hædis me sequestra,
statuens in parte dextra.

16
Confutatis maledictis,
flammis acribus addictis:
voca me cum benedictis.

17
Oro supplex et acclinis,
cor contritum quasi cinis:
gere curam mei finis.




Dia de ira, aquele dia, será tudo cinza fria: diz David, diz a Sibila.
Que temor será causado, quando o Juiz tiver chegado, para tudo examinar!
Correrão todos ao trono quando, em meio ao eterno sono, a trombeta ressoar.
Morte e mundo se espantam, criaturas se levantam e ao Juiz responderão.
Vai um livro ser trazido, no qual tudo está contido, onde o mundo está julgado.
Quando Cristo se sentar, o escondido vai brilhar, nada vai ficar impune.
Vós, ó Deus de majestade, vivo esplendor da Trindade, entre os eleitos nos contai.

Eu, tão pobre, que farei? Que patrono chamarei? Nem o justo está seguro.
Rei tremendo em majestade, que salvais só por piedade, me salvai, fonte de graça.
Recordai, ó bom Jesus, que por mim fostes à Cruz, nesse dia me guardai.
A buscar-me vos cansastes, pela cruz me resgatastes, tanta dor não seja vã.
Juiz justo no castigo, sede bom para comigo, perdoai-me nesse dia.
Pela culpa, se enrubesce o meu rosto; ouvi a prece e poupai-me justo Deus.
Vós, ó Deus de majestade, vivo esplendor da Trindade, entre os eleitos nos contai.

A Maria perdoando e ao ladrão na cruz, salvando, vós me destes esperança.
Meu pedido não é digno, mas, Senhor, vós sois benigno, não me queime o fogo eterno.
No rebanho dai-me abrigo, arrancai-me do inimigo, colocai-me à vossa destra.
Quando forem os malditos para o fogo eterno, aflitos, entre os vossos acolhei-me.
Dum espírito contrito escutai, Senhor, o grito: tomai conta do meu fim.
Lacrimoso aquele dia, quando em meio à cinza fria levantar-se o homem réu.
Libertai-o, Deus do Céu! Bom Pastor, Jesus piedoso, dai-lhe prêmio, paz, repouso.
Vós, ó Deus de majestade, vivo esplendor da Trindade, entre os eleitos nos contai.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Discurso íntegro del Papa emérito Benedicto XVI en la Universidad Urbaniana - en 23/10/14







Quisiera en primer lugar expresar mi cordial agradecimiento al Rector Magnífico y a las autoridades académicas de la Pontificia Universidad Urbaniana, a los oficiales mayores, y a los representantes de los estudiantes por su propuesta de titular en mi nombre el Aula Magna reestructurada. Quisiera agradecer de modo particular al Gran Canciller de la Universidad, el Cardenal Fernando Filoni, por haber acogido esta iniciativa. Es motivo de gran alegría para mí poder estar siempre así presente en el trabajo de la Pontificia Universidad Urbaniana.

En el curso de las diversas visitas que he podido hacer como Prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe, siempre me ha impresionado la atmósfera de la universalidad que se respira en esta universidad, en la cual jóvenes provenientes prácticamente de todos los países de la tierra se preparan para el servicio al Evangelio en el mundo de hoy. También hoy veo interiormente ante mí, en este aula, una comunidad formada por muchos jóvenes que nos hacen percibir de modo vivo la estupenda realidad de la Iglesia Católica.

«Católica»: Esta definición de la Iglesia, que pertenece a la profesión de fe desde los tiempos antiguos, lleva consigo algo del Pentecostés. Nos recuerda que la Iglesia de Jesucristo no miró a un solo pueblo o a una sola cultura, sino que estaba destinada a la entera humanidad. Las últimas palabras que Jesús dice a sus discípulos fueron: ‘Id y haced discípulos a todos los pueblos’. Y en el momento del Pentecostés los apóstoles hablaron en todas las lenguas, manifestando por la fuerza del Espíritu Santo, toda la amplitud de su fe.

Desde entonces la Iglesia ha crecido realmente en todos los continentes. Vuestra presencia, queridos estudiantes, refleja el rostro universal de la Iglesia. El profeta Zacarías anunció un reino mesiánico que habría ido de mar a mar y sería un reino de paz. Y en efecto, allá donde es celebrada la Eucaristía y los hombres, a partir del Señor, se convierten entre ellos un solo cuerpo, se hace presente algo de aquella paz que Jesucristo había prometido dar a sus discípulos. Vosotros, queridos amigos, sed cooperadores de esta paz que, en un mundo rasgado y violento, hace cada vez más urgente edificar y custodiar. Por eso es tan importante el trabajo de vuestra universidad, en la cual queréis aprender a conocer más de cerca de Jesucristo para poder convertiros en sus testigos.

El Señor Resucitado encargó a sus discípulos, y a través de ellos a los discípulos de todos los tiempos, que llevaran su palabra hasta los confines de la tierra y que hicieran a los hombres sus discípulos. El Concilio Vaticano II, retomando en el decreto Ad Gentes una tradición constante, sacó a la luz las profundas razones de esta tarea misionera y la confió con fuerza renovada a la Iglesia de hoy.

¿Pero todavía sirve? Se preguntan muchos hoy dentro y fuera de la Iglesia ¿de verdad la misión sigue siendo algo de actualidad? ¿No sería más apropiado encontrarse en el diálogo entre las religiones y servir junto las causa de la paz en el mundo? La contra-pregunta es: ¿El diálogo puede sustituir a la misión? Hoy muchos, en efecto, son de la idea de que las religiones deberían respetarse y, en el diálogo entre ellos, hacerse una fuerza común de paz. En este modo de pensar, la mayoría de las veces se presupone que las distintas religiones sean una variante de una única y misma realidad, que ‘religión’ sea un género común que asume formas diferentes según las diferentes culturas, pero que expresa una misma realidad. La cuestión de la verdad, esa que en un principio movió a los cristianos más que a nadie, viene puesta entre paréntesis. Se presupone que la auténtica verdad de Dios, en un último análisis es alcanzable y que en su mayoría se pueda hacer presente lo que no se puede explicar con las palabras y la variedad de los símbolos. Esta renuncia a la verdad parece real y útil para la paz entre las religiones del mundo. Y aún así sigue siendo letal para la fe.

En efecto, la fe pierde su carácter vinculante y su seriedad si todo se reduce a símbolos en el fondo intercambiables, capaces de posponer solo de lejos al inaccesible misterio divino.

Queridos amigos, veis que la cuestión de la misión nos pone no solamente frente a las preguntas fundamentales de la fe, sino también frente a la pregunta de qué es el hombre. En el ámbito de un breve saludo, evidentemente no puedo intentar analizar de modo exhaustivo esta problemática que hoy se refiere a todos nosotros. Quisiera al menos hacer mención a la dirección que debería invocar nuestro pensamiento. Lo hago desde dos puntos de partida.

PRIMER PUNTO DE PARTIDA

1. La opinión común es que las religiones estén por así decirlo, una junto a otra, como los continentes y los países en el mapa geográfico. Todavía esto no es exacto. Las religiones están en movimiento a nivel histórico, así como están en movimiento los pueblos y las culturas. Existen religiones que esperan. Las religiones tribales son de este tipo: tienen su momento histórico y todavía están esperando un encuentro mayor que les lleve a la plenitud.

Nosotros como cristianos, estamos convencidos que, en el silencio, estas esperan el encuentro con Jesucristo, la luz que viene de Él, que sola puede conducirles completamente a su verdad. Y Cristo les espera. El encuentro con Él no es la irrupción de un extraño que destruye su propia cultura o su historia. Es, en cambio, el ingreso en algo más grande, hacia el que están en camino. Por eso, este encuentro es siempre, al mismo tiempo, purificación y maduración. Por otro lado, el encuentro es siempre recíproco. Cristo espera su historia, su sabiduría, su visión de las cosas.

Hoy vemos cada vez más nítido otro aspecto: mientras en los países de su gran historia, el cristianismo se convirtió en algo cansado y algunas ramas del gran árbol nacido del grano de mostaza del Evangelio se secan y caen a la tierra, del encuentro con Cristo de las religiones en espera brota nueva vida. Donde antes solo había cansancio, se manifiestan y llevan alegría las nuevas dimensiones de la fe.

2. La religiones en sí mismas no son un fenómeno unitario. En ellas siempre van distintas dimensiones. Por un lado está la grandeza del sobresalir, más allá del mundo, hacia Dios eterno. Pero por otro lado, en esta se encuentran elementos surgidos de la historia de los hombres y de la práctica de las religiones. Donde pueden volver sin lugar a dudas cosas hermosas y nobles, pero también bajas y destructivas, allí donde el egoísmo del hombre se ha apoderado de la religión y, en lugar de estar en apertura, la ha transformado en un encerrarse en el propio espacio.

Por eso, la religión nunca es un simple fenómeno solo positivo o solo negativo: en ella los dos aspectos se mezclan. En sus inicios, la misión cristina percibió de modo muy fuerte sobretodo los elementos negativos de las religiones paganas que encontró. Por esta razón, el anuncio cristiano fue en un primer momento estrechamente critico con las religiones. Solo superando sus tradiciones que en parte consideraba también demoníacas, la fe pudo desarrollar su fuerza renovadora. En base a elementos de este tipo, el teólogo evangélico Karl Barth puso en contraposición religión y fe, juzgando la primera en modo absolutamente negativo como comportamiento arbitrario del hombre que trata, a partir de sí mismo, de apoderarse de Dios. Dietrich Bonhoeffer retomó esta impostación pronunciándose a favor de un cristianismo sin religión. Se trata sin duda de una visión unilateral que no puede aceptarse. Y todavía es correcto afirmar que cada religión, para permanecer en el sitio debido, al mismo tiempo debe también ser siempre crítica de la religión. Claramente esto vale, desde sus orígenes y en base a su naturaleza, para la fe cristiana, que, por un lado mira con gran respeto a la profunda espera y la profunda riqueza de las religiones, pero, por otro lado, ve en modo crítico también lo que es negativo. Sin decir que la fe cristiana debe siempre desarrollar de nuevo esta fuerza crítica respecto a su propia historia religiosa.

Para nosotros los cristianos, Jesucristo es el Logos de Dios, la luz que nos ayuda a distinguir entre la naturaleza de las religiones y su distorsión.

3. En nuestro tiempo se hace cada vez más fuerte la voz de los que quieren convencernos de que la religión como tal está superada. Solo la razón crítica debería orientar el actuar del hombre. Detrás de símiles concepciones está la convicción de que con el pensamiento positivista la razón en toda su pureza se ha apoderado del dominio. En realidad, también este modo de pensar y de vivir está históricamente condicionado y ligado a determinadas culturas históricas. Considerarlo como el único válido disminuiría al hombre, sustrayéndole dimensiones esenciales de su existencia. El hombre se hace más pequeño, no más grande, cuando no hay espacio para un ethos que, en base a su naturaleza auténtica retorna más allá del pragmatismo, cuando no hay espacio para la mirada dirigida a Dios. El lugar de la razón positivista está en los grandes campos de acción de la técnica y de la economía, y todavía esta no llega a todo lo humano. Así, nos toca a nosotros que creamos abrir de nuevo las puertas que, más allá de la mera técnica y el puro pragmatismo, conducen a toda la grandeza de nuestra existencia, al encuentro con Dios vivo.

SEGUNDO PUNTO DE PARTIDA

1. Estas reflexiones, quizá un poco difíciles, deberían mostrar que hoy, en un modo profundamente mutuo, sigue siendo razonable el deber de comunicar a los otros el Evangelio de Jesucristo.

Todavía hay un segundo modo, más simple, para justificar hoy esta tarea. La alegría exige ser comunicada. El amor exige ser comunicado. La verdad exige ser comunicada. Quien ha recibido una gran alegría, no puede guardársela solo para sí mismo, debe transmitirla. Lo mismo vale para el don del amor, para el don del reconocimiento de la verdad que se manifiesta.

Cuando Andrés encontró a Cristo, no pudo hacer otra cosa que decirle a su hermano: ‘Hemos encontrado al Mesías’. Y Felipe, al cual se le donó el mismo encuentro, no pudo hacer otra cosa que decir a Bartolomé que había encontrado a aquél sobre el cual habían escrito Moisés y los profetas. No anunciamos a Jesucristo para que nuestra comunidad tenga el máximo de miembros posibles, y mucho menos por el poder. Hablamos de Él porque sentimos el deber de transmitir la alegría que nos ha sido donada.

Seremos anunciadores creíbles de Jesucristo cuando lo encontremos realmente en lo profundo de nuestra existencia, cuando, a través del encuentro con Él, nos sea donada la gran experiencia de la verdad, del amor y de la alegría.

2. Forma parte de la naturaleza de la religión la profunda tensión entre la ofrenda mística de Dios, en la que se nos entrega totalmente a Él, y la responsabilidad para el prójimo y para el mundo por Él creado. Marta y María son siempre inseparables, también si, de vez en cuando, el acento puede recaer sobre la una o la otra. El punto de encuentro entre los dos polos es el amor con el cual tocamos al mismo tiempo a Dios y a sus Criaturas. ‘Hemos conocido y creído al amor’: esta frase expresa la auténtica naturaleza del cristianismo. El amor, que se realiza y se refleja de muchas maneras en los santos de todos los tiempos, es la auténtica prueba de la verdad del cristianismo.

Benedicto XVI.



fonte: infovaticana.com

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Ave Verum Corpus


Ave verum corpus natum de Maria Virgine

Vere passum, immolatum in cruce pro homine

Cuius latus perforatum unda fluxit et sanguine

Esto nobis praegustatum mortis in examine

O Iesu dulcis, o Iesu pie, o Iesu fili Mariae.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Santa Teresa D'Ávila - Transverberação



                   
"Quis o Senhor que eu tivesse algumas vezes esta visão: eu via um anjo perto de mim, do lado esquerdo, em forma corporal, o que só acontece raramente. Muitas vezes me aparecem anjos, mas só os vejo na visão passada de que falei. O Senhor quis que eu o visse assim: não era grande, mas pequeno, e muito formoso, com um rosto tão resplandecente que parecia um dos anjos muito elevados que se abrasam. Deve ser dos que chamam querubins, já que não me dizem os nomes, mas bem vejo que no céu há tanta diferença entre os anjos que eu não os saberia distinguir.

Vi que trazia nas mãos um comprido dardo de ouro, em cuja ponta de ferro julguei que havia um pouco de fogo. Eu tinha a impressão de que ele me perfurava o coração com o dardo algumas vezes, atingindo-me as entranhas. Quando o tirava, parecia-me que as entranhas eram retiradas, e eu ficava toda abrasada num imenso amor de Deus. A dor era tão grande que eu soltava gemidos, e era tão excessiva a suavidade produzida por essa dor imensa que a alma não desejava que tivesse fim nem se contentava senão com a presença de Deus. Não se trata de dor corporal; é espiritual, se bem que o corpo também participe, às vezes muito. É um contato tão suave entre a alma e Deus que suplico à Sua bondade que dê essa experiência a quem pensar que minto."





quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Beleza: caminho para encontrar Deus


Intervenção do Papa durante a audiência geral de
QUINTA-FEIRA, 21 DE JUNHO DE 2012

CIDADE DO VATICANO, (ZENIT.org).- Oferecemos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa Bento XVI, aos peregrinos presentes na audiência geral, realizada na Sala Paulo VI.

***Queridos irmãos e irmãs:
Nas catequeses das semanas anteriores, apresentei alguns aspectos da teologia medieval. Mas a fé cristã, profundamente enraizada nos homens e nas mulheres daqueles séculos, não somente deu origem a obras-primas da literatura teológica, do pensamento e da fé. Inspirou também uma das criações artísticas mais elevadas da civilização universal: as catedrais, verdadeira glória da Idade Média cristã. De fato, durante quase 3 séculos, a partir do século XI, assistiu-se na Europa um fervor artístico extraordinário.

Um antigo cronista descreve assim o entusiasmo e a laboriosidade daquele tempo: “Aconteceu que, no mundo inteiro, mas especialmente na Itália e nas Gálias, começaram a reconstruir as igrejas, ainda que muitas delas, ao estarem em boas condições, não tiveram necessidade desta restauração. Era como uma competição entre um povoado e outro; parecia que o mundo, limpando-se dos velhos trapos, queria revestir-se por todas as partes da veste branca de novas igrejas. Em suma, quase todas as igrejas catedrais, um grande número de igrejas monásticas e inclusive capelas de povos, foram então restauradas pelos fiéis” (Rodolfo o Glabro, Historiarum 3,4).



Catedral de Pisa - Itália

Vários fatores contribuíram para este renascimento da arquitetura religiosa. Antes de mais nada, condições históricas mais favoráveis, como uma maior segurança política, acompanhada por um constante aumento da população e pelo progressivo desenvolvimento das cidades, dos intercâmbios e da riqueza. Além disso, os arquitetos encontravam soluções técnicas cada vez mais elaboradas para aumentar a dimensão dos edifícios, assegurando ao mesmo tempo sua firmeza e a majestosidade.
Contudo, foi principalmente graças ao ardor e ao zelo espiritual do monaquismo em plena expansão que se levantaram igrejas abaciais, em que a liturgia podia ser celebrada com dignidade e solenidade e os fiéis podiam permanecer em oração, atraídos pela veneração das relíquias dos santos, meta de incessantes peregrinações. Nasceram assim as igrejas e as catedrais românicas, caracterizadas pelo seu desenvolvimento longitudinal, ao longo das naves para acolher numerosos fiéis; igrejas muito sólidas, com muros espessos, abóbadas de pedra e linhas simples e essenciais.



Catedralde Tournai - Bélgica

Uma novidade é representada pela introdução de esculturas. Sendo as igrejas românicas o lugar da oração monástica e do culto dos fiéis, os escultores, mais que preocupar-se pela perfeição técnica, cuidaram sobretudo da finalidade educativa. Era necessário suscitar nas almas impressões fortes, sentimentos que pudessem incitar a fugir do vício, do mal e praticar a virtude, o bem. O tema recorrente era a representação de Cristo como juiz universal, rodeado dos personagens do Apocalipse. São em geral as portadas românicas que oferecem esta representação, para sublinhar que Cristo é a porta que conduz ao céu.
Os fiéis, atravessando o limiar do edifício sagrado, entram em um tempo e em um espaço diferentes dos da vida ordinária. Muito além do portal da igreja, os crentes em Cristo, soberano, justo e misericordioso, na intenção dos artistas, podiam provar uma antecipação da felicidade eterna na celebração da liturgia e nos atos de piedade levados a cabo dentro do edifício sacro.

Nos séculos XII e XIII, a partir do norte da França, difundiu-se outro tipo de arquitetura na construção dos edifícios sagrados, a gótica, com duas características novas com relação ao românico, e são o impulso vertical e a luminosidade. As catedrais góticas mostravam uma síntese de fé e de arte harmonicamente expressada através da linguagem universal e fascinante da beleza, que ainda hoje suscita estupor.
Graças à introdução das abóbadas ogivais, que se apoiavam sobre robustos pilares, foi possível subir notavelmente sua altura. O impulso ao alto queria convidar à oração e era em si mesmo uma oração. A catedral gótica queria traduzir, assim, em suas linhas arquitetônicas, o desejo das almas por Deus. Além disso, com as novas soluções técnicas adotadas, os muros perimetrais podiam ser cobertos e embelecidos por vidreiras policromadas. Em outras palavras, as janelas se convertiam assim em grandes figuras luminosas, muito adaptadas para instruir o povo na fé. Nelas – cena a cena – se narrava a vida de um santo, uma parábola ou outros acontecimentos bíblicos. Das vidreiras pintadas se derramava uma cascata de luz sobre os fiéis para narrar-lhes a história da salvação e envolvê-los nesta história.



Outro mérito das catedrais góticas é o fato de que, em sua construção e decoração, de modo diferente, mas coordenado, participava toda a comunidade cristã e civil; participavam os humildes e os poderosos, os analfabetos e os doutos, porque nesta casa comum, todos os crentes eram instruídos na fé. A escultura gótica fez das catedrais uma “Bíblia de pedra”, representando os episódios do Evangelho e ilustrando os conteúdos do ano litúrgico, desde o Natal até a Glorificação do Senhor.

Naqueles séculos, além disso, difundia-se cada vez mais a percepção da humanidade do Senhor, e os sofrimentos da sua Paixão eram representados de forma realista: o Cristo sofredor (Christus patiens) se converteu em uma imagem amada por todos e capaz de inspirar piedade e arrependimento pelos pecados. Não faltavam os personagens do Antigo Testamento, cuja história se converteu em familiar para os fiéis de tal modo, que frequentavam as catedrais como parte da única e comum história da salvação. Com seus rostos repletos de beleza, de doçura, de inteligência, a escultura gótica do século XIII revela uma piedade feliz e serena, que se compraz em emanar uma devoção sentida e filial pela Mãe de Deus, vista às vezes como uma jovem mulher, sorridente e maternal, e principalmente representada como a soberana do céu e da terra, potente e misericordiosa. Os fiéis que lotavam as catedrais góticas queriam encontrar nelas também expressões artísticas que recordassem os santos, modelos de vida cristã e intercessores diante de Deus. E não faltavam as manifestações “leigas” da existência; daí que aparecessem, em um lugar ou outro, representações do trabalho nos campos, das ciências e das artes. Tudo estava orientado e oferecido a Deus no lugar em que se celebrava a liturgia.



Catedral de Notre-Dame


Podemos compreender melhor o sentido que se atribuía a uma catedral gótica, considerando o texto da inscrição escrita sobre a porta principal de Saint-Denis, em Paris: “Transeunte, que queres louvar a beleza destas portas, não te deixes deslumbrar nem pelo ouro nem pela magnificência, mas pelo trabalho fatigoso. Aqui brilha uma obra famosa, mas queira o céu que esta obra famosa que brilha faça resplandecer os espíritos, para que, com as verdades luminosas, eles se encaminhem rumo à luz verdadeira, onde Cristo é a verdadeira porta”.



Catedral de Notre-Dame

Queridos irmãos e irmãs, quero agora sublinhar dois elementos da arte românica e gótica úteis também para nós.

O primeiro: as obras de arte nascidas na Europa nos séculos passados são incompreensíveis quando não se leva em consideração a alma religiosa que as inspirou. Um artista, que sempre deu testemunho do encontro entre estética e fé, Marc Chagall, escreveu que “os pintores, durante séculos, tingiram seu pincel nesse alfabeto colorido que era a Bíblia”. Quando a fé, de modo particular celebrada na liturgia, encontra-se com a arte, cria-se uma sintonia profunda, porque ambas podem e querem falar de Deus, tornando visível o Invisível. Eu gostaria de compartilhar isso no encontro com os artistas no dia 21 de novembro, renovando-lhes essa proposta de amizade entre a espiritualidade cristã e a arte, augurada pelos meus venerados predecessores, em particular pelos servos de Deus Paulo VI e João Paulo II.

O segundo elemento: as forças do estilo românico e o esplendor das catedrais góticas nos recordam que a via pulchritudinis, a via da beleza, é um percorrido privilegiado e fascinante para aproximar-se do Mistério de Deus. O que é a beleza, que escritores, poetas, músicos, artistas contemplam e traduzem em sua linguagem, senão o reflexo do esplendor do Verbo eterno feito carne?

Santo Agostinho afirma: “Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do ar amplo e difuso; interroga a beleza do céu, interroga a ordem das estrelas; interroga o sol, que com o seu esplendor ilumina o dia; interroga a lua, que com sua claridade modera as trevas da noite; interroga as feras que se movem na água, que caminham sobre a terra, que voam no ar: almas que se escondem, corpos que se mostram; visível que se deixa guiar, invisível que guia. Interroga-os! Todos te responderão: Vê-nos: somos belos! Sua própria beleza se dá a conhecer. Esta beleza imutável, quem a criou, senão a Beleza imutável?” (Sermão CCXLI, 2: PL 38, 1134).

Queridos irmãos e irmãs: que o Senhor nos ajude a redescobrir o caminho da beleza como um dos caminhos – talvez o mais atraente e fascinante – para chegar a encontrar e amar a Deus.

[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]

Fruto de uma profunda harmonia entre a fé cristã e a cultura, a Idade Média viu nascer uma das maiores criações artísticas da civilização universal: as igrejas e catedrais românicas e góticas. A partir do século IX, surgem as sólidas construções românicas caracterizadas pelo aumento das dimensões longitudinais e pelas suas abóbadas em pedra com traços simples e essenciais. Nos séculos XII e XIII, chega-se às majestosas catedrais góticas, que se distinguem das românicas pela altura esguia das construções e a sua luminosidade. O objetivo era traduzir, através das suas linhas arquitetônicas, o desejo de Deus no coração do homem.Contemplando a força do estilo românico e o esplendor do gótico, adentramo-nos na senda da beleza, que é um caminho privilegiado e fascinante para nos aproximar do Mistério de Deus.

A minha saudação a todos peregrinos de língua portuguesa, com uma bênção particular para o grupo vindo do Brasil. Que Nossa Senhora vos acompanhe e ampare na caminhada da vida e no crescimento cristão, conservando a vós e a quantos vos são queridos na perene amizade de Deus.

[Tradução: Aline Banchieri. ©Libreria Editrice Vaticana]






fonte: Khristianos

Angele Dei - Anjo da Guarda








Angele Dei,

qui custos es mei, me, tibi commíssum pietáte supérna, illúmina, custódi, rege et gubérna.

Amen.


Santo Anjo do Senhor
Meu zeloso guardador
Se a ti me confiou a piedade divina
Sempre me rege
me governe
me guarde
e me ilumine

Amém!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Santa Teresinha do Menino Jesus - Manuscrito C 7vº




Ó minha Madre, nunca experimentei tão bem
como o Senhor é bom e misericordioso.
Ele não me enviou este sofrimento
senão no momento em que tive a força para o suportar;
se o tivesse tido mais cedo,
creio bem que teria mergulhado no desânimo...
Agora ele retira-me
tudo quanto pudesse haver
de satisfação natural no desejo que tinha do Céu.
Caríssima Madre,
parece-me que agora nada me impede de levantar voo,
pois já não tenho outros desejos grandes,
excepto o de amar até morrer de amor.


fonte: Carmelitas Portugal

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Cristo Crucificado - Diego Velázquez


São João da Cruz - Cântico Espiritual. 1,7







Mas também perguntas:
“Então, se Aquele que a minha alma ama está em mim,
porque é que não O encontro nem O sinto?”.
A razão disso é que Ele está escondido,
e tu não te escondes para O encontrar e sentir.
Quem quiser encontrar uma coisa escondida,
há-de penetrar escondido no lugar onde ela está escondida;
ao encontrá-la, fica tão escondido como ela.
Portanto, uma vez que o teu Amado
é o tesouro escondido no campo da tua alma,
pelo qual o sábio comerciante entregou tudo (Mt 13, 44),
convirá que tu, para O encontrar,
esquecidas todas as tuas coisas
e alheando-te de todas as criaturas,
te escondas no teu refúgio interior do espírito e,
fechando atrás de ti a porta,
isto é, a tua vontade a todas as coisas,
ores a teu Pai em segredo (Mt 6, 6).
E ficando assim escondida com Ele,
senti-lo-ás no escondido,
amá-lo-ás
e possuí-lo-ás no escondido,
e escondidamente te deleitarás com Ele,
mais do que aquilo que a língua e os sentidos
podem alcançar.


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Vós sois o Cristo - Santo Agostinho



“Vós sois, ó Jesus, o Cristo, meu Pai santo, meu Deus misericordioso, meu Rei infinitamente grande; sois meu bom pastor, meu único mestre, meu auxílio cheio de bondade, meu pão vivo, meu sacerdote eterno, meu guia para a pátria, minha verdadeira luz, minha santa doçura, meu reto caminho, sapiência minha preclara, minha pura simplicidade, minha paz e concórdia; sois, enfim, toda a minha salvaguarda, minha herança preciosa, minha eterna salvação...

Ó Jesus Cristo, amável Senhor, por que, em toda a minha vida, amei, por que desejei outra coisa senão vós? Onde estava eu quando não pensava em vós? Ah! que, pelo menos, a partir deste momento meu coração só deseje a vós e por vós se abrase, Senhor Jesus! Desejos de minha alma, correi, que já bastante tardastes; apressai-vos para o fim a que aspirais; procurai em verdade aquele procurais. Ó Jesus anátema seja quem não vos ama.

Aquele que não vos ama seja repleto de amarguras. Ó doce Jesus, sede o amor, as delícias, a admiração de todo coração dignamente consagrado à vossa glória. Deus de meu coração e minha partilha, Jesus Cristo, que em vós meu coração desfaleça, e sede vós mesmo a minha vida. Acenda-se em minha alma a brasa ardente de vosso amor e se converta num incêndio todo divino, a arder para sempre no altar de meu coração; que inflame o âmago de minha alma; para que no dia de minha morte eu apareça diante de vós inteiramente consumido em vosso amor... Amém”.


Meditationum lib. I, cap. XVIII, n. 2 (inter opera S. Agostini)


*Pintura Sagrado Coração de Jesus de C Bosseron Chambers

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

São Januário - San Gennaro



São Januário nasceu em Nápoles, no ano 270 d.C. Nada se sabe ao certo sobre os primeiros anos de sua vida. Em 302 foi ordenado sacerdote, e por sua piedade e virtude foi escolhido, pouco depois, para Bispo de Benevento. Sua caridade, infatigável zelo e solicitude pastoral desterraram de sua diocese a indigência, tendo ele socorrido a todos os necessitados e aflitos.

Quando em 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou em todo o Império cruel perseguição contra o Cristianismo, obrigando os fiéis a oferecer sacrifícios às divindades pagãs, nosso santo teve muitas ocasiões de manifestar o valor de seu zelo, socorrendo os cristãos, não só nos limites de sua diocese, mas em todas as cidades circunvizinhas. Penetrava nos cárceres, estimulando seus irmãos na fé e perseverança final, alcançando também, naquela ocasião. grande número de conversões. O êxito de seu apostolado não tardou a despertar atenção de Dracônio, governador da Campânia, que o mandou prender.

Diante do tribunal, São Januário foi reprovado pelo pró-consul Timóteo, que lhe apresentou a seguinte alternativa: "Ou ofereces incenso aos deuses, ou renuncias à vida".

— "Não posso imolar aos demônios, pois tenho a honra de sacrificar todos os dias ao verdadeiro Deus" - respondeu com altaneria o santo Prelado, referindo-se à celebração eucarística.

Irado, o pró-consul ordenou que o santo Bispo fosse lançado imediatamente numa fornalha ardente. Mas Deus quis renovar em favor de seu fiel servo o milagre dos três jovens israelitas, atirados também nas chamas, de que fala o Antigo Testamento. São Januário saiu desta prova do fogo ileso, para grande surpresa dos pagãos.

O tirano, atribuindo o prodígio a artes mágicas, ordenou que São Januário e mais seis outros cristãos fossem conduzidos a Puzzoles, onde seriam lançados às feras na arena.

No dia marcado para o suplicio, o povo lotou o anfiteatro da cidade. No centro da arena. São Januário encorajava os companheiros: "Ânimo, irmãos, este é o dia do nosso triunfo, combatamos com valor nosso sangue por Aquele Senhor, a quem devemos a vida".

Mal terminara de falar foram libertados leões, tigres e leopardos famintos, que correram em direção às vítimas. Mas, em lugar de despedaçá-las, prostraram-se diante do Bispo de Benevento e começaram a lamber-lhes os pés. Ouviu-se então um grande murmúrio no anfiteatro, que reconhecia não existir outro verdadeiro Deus senão o dos cristãos. Muitos pediram clemência. Mas o pró-consul, cego de ódio, mandou decapitar aqueles cristãos, sendo executada a ordem na praça Vulcânia, no dia 19 de setembro de 305.

Os corpos dos mártires foram conduzidos pelos fiéis às suas respectivas cidades. Segundo relataram as crônicas, uma piedosa mulher recolheu em duas ampolas o sangue que escorria do corpo de São Januário, quando este era transportado para Benavento.

Os restos mortais do Bispo mártir foram transladados para sua cidade nata — Nápoles — em 432. No ano 820 voltaram para Benavento. Em 1497 retornaram definitivamente para Nápoles, onde repousam até hoje, em majestosa Catedral gótica. Aí se realiza o perpétuo sangue, que se dá duas vezes por ano, no sábado que antecede o primeiro domingo de maio aniversário da primeira transladação, e a 19 de setembro, festa do martírio do santo.

Liquefação do sangue

As datas da liquefação do sangue de São Januário são celebradas com grande pompa e esplendor.

As relíquias são expostas ao público, e se a liquefação não se verifica imediatamente. iniciam-se preces coletivas. Se o milagre tarda, os fiéis compenetram-se de que a demora se deve a seus pecados. Rezam então orações penitenciais, como o salmo “Miserere", composto pelo Santo Rei Davi.

Quando o milagre ocorre, o Clero entoa solene Te Deum, a multidão prorrompe em vivas. os sinos repicam e toda a cidade se rejubila.

Entretanto, sempre que nas datas costumeiras o sangue não se liquefaz, Isso significa o aviso de tristes acontecimentos vindouros, segundo uma antiga tradição nunca desmentida.

O sangue de São Januário está recolhido em duas ampolas de vidro, hermeticamente fechadas, protegido por duas lâminas de cristal transparente. A ampola maior possui 60 cm cúbicos de volume; a menor tem capacidade de 25 cm cúbicos. Em geral, o sangue endurecido ocupa até a metade da ampola maior; na menor, encontra-se disperso em fragmentos.

A liquefação do sangue produz-se espontaneamente, sob as mais variadas circunstâncias, independentemente da temperatura ou do movimento, o sangue passa do estado pastoso ao fluido e, até, fluidíssimo. A liquefação ocorre da periferia para o centro e vice-versa. Algumas vezes, o sangue liquefaz-se instantânea e inteiramente, ou, por vezes, permanece um denso coágulo em meio ao resto liquefeito. Alterar-se o colorido: desde o vermelho mais escuro até o rubro mais vivo. Não poucas vezes surgem bolhas e sangue fresco e espumante sobe rapidamente até o topo da ampola maior.

Trata-se verdadeiramente de sangue humano, comprovado por análises espectroscópicas.

Há algumas peculiaridades, que constituem outros milagres dentro do milagre liquefação, há uma variação do volume: algumas vezes diminui e outras vezes aumenta até o dobro. Varia também quanto à massa e quanto ao peso. Em janeiro de 1991, o prof. G. Sperindeo utilizando-se, com o máximo cuidado, de aparelhos de alta precisão, encontrou uma variação de cerca de 25 gramas. O peso aumentava enquanto o volume diminuía. Esse acréscimo de peso contraria frontalmente o princípio da conservação da massa (uma das leis fundamentais da Física) e é absolutamente inexplicável, pois as ampolas encontram-se hermeticamente fechadas, sem possibilidade de receber acréscimo de substâncias do exterior.

A notícia escrita mais antiga e segura do milagre consta de uma crônica do século XIV. Desde 1659, estão rigorosamente anotadas todas as liquefações, que já perfazem mais de dez mil!

A relíquia de São Januário tem protegido Nápoles eficazmente contra a peste e as erupções do Vesúvio, distante da cidade apenas duas léguas e meia. Por ocasião de uma erupção em 1707, que ameaçava destruir Nápoles, o povo levou as ampolas em solene procissão até o sopé do vulcão; imediatamente a erupção cessou!

Em 1944, o Vesúvio expeliu lavas, cinzas, pedras e uma poeira arenosa, que alcançou grande altura. Foi sua última erupção. O vento levou essa poeira através do Mediterrâneo, a qual chegou a atingir a Grécia, a Turquia, a Espanha e o Marrocos. Nápoles permaneceu imune.

Supliquemos na data de hoje a este grande Santo Protetor, que salve não apenas Nápoles, mas a Itália e o mundo inteiro de um incêndio mil vezes pior do que o produzido por erupções vulcânicas: o comunismo, a seita atéia, antinatural e igualitária, que visa varrer da face da terra o nome cristão.


San Gennaro 19-09-2014 - Duomo di Napoli






pinturas à óleo de Caravaggio

Lendo a ordem sublime de Deus impressa no Universo

Coroação de Nossa Senhora, fachada da catedral de Reims.
Os anjos fazem de assistentes da cerimônia.

Primeiramente, a Idade Média tinha paixão pela ordem. Os medievais organizaram a arte como tinham organizado o dogma, o aprendizado temporal e a sociedade. A representação artística de temas sagrados era uma ciência regida por leis fixas, que não podia ser quebrada pelos ditames da imaginação individual.

A arte da Idade Média é uma escritura sagrada, cujos caracteres todo artista deve aprender. Ele deve saber que a auréola circular colocada por trás da cabeça serve para expressar a santidade, enquanto a aureola com uma cruz é o sinal da divindade e sempre usada para pintar qualquer uma das três Pessoas da Santíssima Trindade.

segunda característica da iconografia medieval é a obediência às regras de uma espécie de matemática sagrada. Posição, agrupamento, simetria e número são de extraordinária importância.

A simetria era considerada a expressão de uma misteriosa harmonia interior. O artista fazia o paralelismo dos doze Patriarcas e dos doze Profetas da Antiga Lei e dos doze Apóstolos da Nova, e dos quatro principais Profetas com os quatro Evangelistas.

Esquemas desse tipo pressupõem uma crença fundamentada no valor dos números. E, de fato, a Idade Média nunca duvidou que os números tivessem relação com o poder divino, oculto a nossos olhos. 

São Lucas Evangelista é representado pelo boi.
Catedral de Reims, detalhe da fachada. O boi era sacrificado no Templo de Jerusalém e São Lucas nos fala dos sofrimentos que padeceu Nosso Senhor
Esta doutrina vinha dos Padres da Igreja, que a herdaram das escolas antigas e fez reviver o gênio de Pitágoras. É evidente que Santo Agostinho considerava os números como os pensamentos de Deus.

Em muitas passagens ele afirma que cada número tem seu significado divino. “A Sabedoria Divina é refletida nos números e está impressa em todas as coisas”.

Da mesma forma, o edifício do mundo material e do mundo moral está baseado nos números eternos.

Nós sentimos que o encanto da dança está no ritmo, quer dizer, no número; mas temos de ir mais longe, a beleza é em si uma cadência, um número harmonioso. A ciência dos números então é a ciência da ordem do universo, e os números nos ensinam sua ordem profunda.

Alguns exemplos nos fornecem certa ideia do método. De Santo Agostinho em diante todos os teólogos interpretaram o significado do número doze da mesma forma.

Doze é o número da Igreja universal, e foi por razões profundas que Jesus quis que o número de Seus apóstolos fosse doze. Agora, doze é o produto de três vezes quatro. 

Apóio para as leituras sagradas, catedral de Reims. Ouvindo a palavra de Deus, a alma deve se elevar aos Céus como a águia que levanta vôo.

Três, que é o número da Trindade e, por conseqüência, da alma feita à imagem da Trindade, simboliza todas as coisas que são espirituais. Quatro, o número de elementos, é o símbolo de coisas materiais – o corpo e o mundo – que resultam de combinações dos quatro elementos. 

O significado místico da multiplicação de três por quatro é a infusão do espírito na matéria, de proclamar as verdades da fé para o mundo, para estabelecer a Igreja Católica, de que os Apóstolos são o símbolo.

Os Doutores que comentaram a Bíblia nos ensinam que, se Gedeão partiu com trezentos companheiros, não foi sem alguma razão simbólica e que o número esconde um mistério.

Em grego, trezentos é representado com a letra Tau (T). Mas o T é a figura da Cruz; portanto, por trás de Gedeão e de seus companheiros, devemos ver Cristo e a Cruz.

A Divina Comédia de Dante é o exemplo mais famoso, pois está ordenada em função de números. Os nove círculos do inferno correspondem aos nove terraços do monte do Purgatório e aos nove céus do Paraíso.

Nesse poema inspirado, nada foi deixado apenas à inspiração; Dante determinou que cada parte de sua trilogia deveria ser dividida em trinta e três cantos, em homenagem aos 33 anos da vida de Cristo. Dante aceitava a lei que rege os números como um ritmo divino, ao qual o universo obedece.

O Simbolismo divino na Arte e na natureza visto pela Idade Média

Rosácea lateral da catedral de Chartres: resumo da ordem do Universo
com Cristo Rei no centro.
terceira característica da arte medieval reside no fato de que ela é um código simbólico.

Desde o tempo das catacumbas [nos dias da perseguição romana], a arte cristã falava por meio de figuras, ensinando os homens a verem por detrás de uma imagem uma outra coisa superior.

O artista, segundo o imaginavam os Doutores da Igreja, deve imitar a Deus, que sob a letra da Escritura escondeu um profundo significado, e que queria que a natureza também servisse de lição para o homem.

O anjo (no alto à esquerda) segura o braço de Abraão 
que vai sacrificar seu filho Isaac, prefigura do sacrifício do Calvário.
Catedral de Chartres
Tal concepção de arte implica uma visão profundamente idealista do esquema do universo, e a convicção de que tanto a história quanto a natureza devem ser consideradas como grandes símbolos.

Podemos fazer uma tentativa de entender a visão medieval do mundo e da natureza.

O que é o mundo visível? Qual é o significado das miríadas de formas de vida?

O que devia pensar da Criação, o monge contemplando em sua cela, ou o Doutor meditando no claustro da catedral antes de sua palestra?

É apenas aparência, ou realidade?

A Idade Média foi unânime na sua resposta: o mundo é um símbolo.

Assim como a ideia da obra reside antes na mente do artista, da mesma maneira o universo estava na mente de Deus desde o início.

Deus criou, mas criou através da Sua Palavra, ou seja, através de Seu Filho.

O mundo, portanto, pode ser definido como “um pensamento de Deus realizado através da Palavra”.

São João Batista anuncia o Cordeiro de Deus: Cristo
Catedral de Chartres
Se isto é assim, então em cada ser se esconde um pensamento divino; o mundo é um livro escrito pela mão de Deus, no qual toda criatura é uma palavra carregada de significado. 

O ignorante vê as formas – as letras misteriosas – sem compreender nada do seu significado, mas o sábio, a partir do visível, se eleva ao invisível, e na leitura da natureza lê os pensamentos de Deus.

O verdadeiro conhecimento, então, não consiste no estudo das coisas em si mesmas – as formas exteriores –, mas em penetrar no significado profundo delas, que Deus pôs para a nossa instrução.

Desse modo, nas palavras de Honório de Autun, “cada criatura é uma sombra da verdade e da vida”.

Todo ser manifesta em suas profundezas um reflexo do sacrifício de Cristo, a imagem da Igreja, das virtudes e dos vícios.

O mundo material e o mundo espiritual refletem uma só e derradeira realidade.


(Autor: Émile Mâle, The Gothic Image: Religious Art in France of the Thirteenth Century, New York, Harper, 1958, pp 1-2, 5, 9-15, 29).

Santíssima Trindade - Andrei Rublev


O que agrada à Deus - Santa Teresinha do Menino Jesus



O que agrada à Deus em minha pequena alma
é que eu ame minha pequenez e minha pobreza
é a esperança cega
que tenho em Sua Misericórdia

Teologia do Corpo - Christopher West


Fica comigo, Senhor! - São Pio de Pietrelcina





Fica Senhor comigo, pois preciso da tua presença para não te esquecer.
Sabes quão facilmente posso te abandonar.
Fica Senhor comigo, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.
Fica Senhor comigo, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.
Fica Senhor comigo, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.
Fica Senhor comigo, para me mostrar tua vontade.
Fica Senhor comigo, para que ouça tua voz e te siga.
Fica Senhor comigo, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.
Fica Senhor comigo, se queres que te seja fiel.
Fica Senhor comigo, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.

Fica comigo, Jesus, pois se faz tarde e o dia chega ao fim; a vida passa, e a morte, o julgamento e a eternidade se aproximam. Preciso de ti para renovar minhas energias e não parar no caminho. Está ficando tarde, a morte avança e eu tenho medo da escuridão, das tentações, da falta de fé, da cruz, das tristezas. Oh, quanto preciso de ti, meu Jesus, nesta noite de exílio.

Fica comigo nesta noite, Jesus, pois ao longo da vida, com todos os seus perigos, eu preciso de ti. Faze, Senhor, que te reconheça como te reconheceram teus discípulos ao partir do pão, a fim de que a Comunhão Eucarística seja a luz a dissipar a escuridão,a força a me sustentar, a única alegria do meu coração.

Fica comigo, Senhor, porque na hora da morte quero estar unido a ti, se não pela Comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.

Fica comigo, Jesus. Não peço consolações divinas, porque não às mereço, mas apenas o presente da tua presença, ah, isso sim te suplico!

Fica Senhor comigo, pois é só a ti que procuro teu amor, tua graça, tua vontade, teu coração, teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais. Como este amor resoluto desejo amar-te de todo o coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade. Amém.


sábado, 13 de setembro de 2014

Ofício da Imaculada Conceição



O Ofício da Imaculada Conceição é uma oração composta para ser cantada ou recitada (de uma só vez ou seguindo a Liturgia das Horas [de acordo com a distribuição feita abaixo]), a fim de defender a doutrina da Imaculada Conceição. Este Ofício foi escrito originalmente em latim no século XV pelo monge franciscano Bernardino de Bustis, que desejava proteger a Imaculada Conceição dos inúmeros combates que vinha sofrendo desde o século XII. Aprovado pelo Papa Inocêncio XI em 1678, foi enriquecido por Pio IX em 31 de março de 1876 com 300 dias de indulgência cada vez que recitado. Na reforma do Concílio Vaticano II, Paulo VI modificou a doutrina das Indulgências, concedendo agora Indulgência Plenária a aqueles que rezarem o Ofício da Imaculada Conceição com fé. Procuremos rezar particularmente o Ofício todos os sábados, pois assim a tradição da Igreja o faz.



Matutinum: antes da aurora

Primam: às 6 horas

Tertiam: às 9 horas

Sextam: às 12 horas

Nonam: às 15 horas

Vesperas: ao entardecer

Completorium: antes de dormir



MATINAS E LAUDES




Deus vos salve Virgem, Filha de Deus Pai!

Deus vos salve Virgem, Mãe de Deus Filho!

Deus vos salve Virgem, Esposa do Divino Espírito Santo!

Deus vos salve Virgem, Templo e Sacrário da Santíssima Trindade!




Agora, lábios meus,

dizei e anunciai

os grandes louvores

da Virgem Mãe de Deus.




Sede em meu favor,

Virgem soberana,

livrai-me do inimigo

com o vosso valor.




Glória seja ao Pai,

ao Filho e ao Amor também,

que é um só Deus em Pessoas três,

agora e sempre, e sem fim. Amém.




Hino




Deus vos salve, Virgem,

Senhora do mundo,

Rainha dos céus

e das virgens, Virgem.




Estrela da manhã,

Deus vos salve, cheia

de graça divina,

formosa e louçã.




Dai pressa Senhora

em favor do mundo,

pois vos reconhece

como defensora.




Deus vos nomeou

desde "ab aeterno"

para a Mãe do Verbo,

com o qual criou:




Terra, mar e céus,

e vos escolheu,

quando Adão pecou,

por esposa de Deus.






Deus vos escolheu,

e já muito dantes

em seu tabernáculo

morada Lhe deu.




Ouvi, Mãe de Deus,

minha oração.

Toquem vosso peito

os clamores meus.




Oração

Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.




PRIMA




Sede em meu favor,

Virgem soberana,

livrai-me do inimigo

com o vosso valor.




Glória seja ao Pai,

ao Filho e ao Amor também,

que é um só Deus em Pessoas três,

agora e sempre, e sem fim. Amém.




Hino




Deus vos salve, mesa

para Deus ornada,

coluna sagrada,

de grande firmeza.




Casa dedicada

a Deus sempiterno,

sempre preservada

virgem do pecado.




Antes que nascida,

fostes, Virgem santa,

no ventre ditoso

de Ana concebida.




Sois Mãe criadora

dos mortais viventes.

Sois dos Santos porta,

dos Anjos Senhora



Sois forte esquadrão

contra o inimigo,

Estrela de Jacó,

Refúgio do cristão.




A Virgem, a criou

Deus no Espírito Santo,

e todas as suas obras,

com ela as ornou.




Ouvi, Mãe de Deus,

minha oração.

Toque Vosso peito

os clamores meus.




Oração

Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.




TERÇA




Sede em meu favor,

Virgem soberana,

livrai-me do inimigo

com o vosso valor.




Glória seja ao Pai,

ao Filho e ao Amor também,

que é um só Deus em Pessoas três,

agora e sempre, e sem fim. Amém.




Hino




Deus Vos salve, trono

do grão Salomão,

Arca do Concerto,

Velo de Gedeão.




Íris do céu clara,

Sarça da visão,

Favo de Sansão,

Florescente vara,




A qual escolheu

para ser Mãe sua,

e de Vós nasceu

o Filho de Deus.




Assim Vos livrou

da culpa original,

de nenhum pecado

há em Vós sinal.




Vós, que habitais

lá nessas alturas,

e tendes Vosso Trono

sobre as nuvens puras.




Ouvi, Mãe de Deus,

minha oração.

Toquem Vosso peito

os clamores meus.




Oração

Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.




SEXTA




Sede em meu favor,

Virgem soberana,

livrai-me do inimigo

com o vosso valor.




Glória seja ao Pai,

ao Filho e ao Amor também,

que é um só Deus em Pessoas três,

agora e sempre, e sem fim. Amém.




Hino




Deus Vos salve, Virgem,

da Trindade templo,

alegria dos anjos,

da pureza exemplo,




Que alegrais os tristes,

com vossa clemência,

Horto de deleite,

Palma da paciência.




Sois Terra bendita

e sacerdotal.

Sois de castidade

símbolo real.




Cidade do Altíssimo,

Porta oriental,

sois a mesma Graça,

Virgem singular.




Qual lírio cheiroso,

entre espinhas duras,

tal sois Vós, Senhora,

entre as criaturas.




Ouvi, Mãe de Deus,

minha oração.

Toque Vosso peito

os clamores meus.




Oração

Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.




NOA




Sede em meu favor,

Virgem soberana,

livrai-me do inimigo

com o vosso valor.




Glória seja ao Pai,

ao Filho e ao Amor também,

que é um só Deus em Pessoas três,

agora e sempre, e sem fim. Amém.




Hino




Deus vos salve, Cidade,

de torres guarnecida,

de Davi, com armas

bem fortalecida.




De suma caridade

sempre abrasada,

do dragão a força

foi por Vós prostrada.




Ó mulher tão forte!

Ó invicta Judite! 

Vós que alentastes

o Sumo Davi.




Do Egito o curador,

de Raquel nasceu,

Do mundo o Salvador

Maria no-Lo deu.




Toda é formosa

minha companheira,

nela não há mácula

da culpa primeira.




Ouvi, Mãe de Deus,

minha oração,

toquem Vosso peito

os clamores meus.




Oração

Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.




VÉSPERAS




Sede em meu favor,

Virgem soberana,

livrai-me do inimigo

com o vosso valor.




Glória seja ao Pai,

ao Filho e ao Amor também,

que é um só Deus em Pessoas três,

agora e sempre, e sem fim. Amém.




Hino




Deus vos salve, relógio

que, andando atrasado,

serviu de sinal

ao Verbo Encarnado.




Para que o homem suba

às sumas alturas,

desce Deus dos céus

para as criaturas.



Com os raios claros

do Sol da Justiça,

resplandece a Virgem,

dando ao sol cobiça.




Sois lírio formoso

que cheiro respira,

entre os espinhos.

Da serpente, a ira




Vós a quebrantais

com o vosso poder.

Os cegos errados

Vós alumiais.




Fizestes nascer

Sol tão fecundo,

e como com nuvens

cobristes o mundo.




Ouvi, Mãe de Deus,

minha oração.

Toquem Vosso peito

os clamores meus.




Oração

Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.




COMPLETAS




Rogai a Deus, Vós,

Virgem, nos converta,

que a sua ira

se aparte de nós.




Sede em meu favor,

Virgem soberana,

livrai-me do inimigo

com o vosso valor.




Glória seja ao Pai,

ao Filho e ao Amor também,

que é um só Deus em Pessoas três,

agora e sempre, e sem fim. Amém.











Hino



Deus Vos salve,

Virgem Imaculada,

Rainha de clemência,

de estrelas coroada.




Vós sobre os Anjos

sois purificada.

De Deus, à mão direita,

estais de ouro ornada.




Por Vós, Mãe da Graça,

mereçamos ver

a Deus nas alturas,

com todo prazer.




Pois sois Esperança

dos pobres errantes

e seguro Porto

dos navegantes.




Estrela do mar

e saúde certa,

e Porta que estais

para o céu aberta.




É óleo derramado,

Virgem, Vosso nome,

e os vossos servos

vos hão sempre amado.




Ouvi, Mãe de Deus,

minha oração.

Toquem Vosso peito

os clamores meus.




Oração

Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.









OFERECIMENTO




Humildes oferecemos

a Vós, Virgem pia,

estas orações,

porque, em Vossa guia,

Vades Vós adiante,

e na agonia

Vós nos animeis,

ó doce Virgem Maria.

Amém.





Officium parvum Conceptionis Immaculatae


Signum Crucis:
Per signum X crucis, de X inimicis nostris libera-nos Deus X noster.
In nonime Patris X et Fílio X et Spitiui Sancto X. Amen.


Ad Matutinum


Eia, mea labia, nunc annuntiate, laudes et praeconia Virginis beatae.

V. DOMINA, in adiutorium meum intende.
R. Me de manu hostium potenter defende.

V. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
R. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

SALVE, mundi Domina,
caelorum Regina:
Salve, Virgo virginum,
stella matutina

Salve, plena gratia,
clara luce divina.
Mundi in auxilium,
Domina, festina.

Ab aeterno Dominus
te praeordinavit
matrem unigeniti
Verbi, quo creavit.

Terram, pontum, aethera,
te pulchram ornavit
sibi Sponsam, quae
in Adam non peccavit.
Amen.

V. Elegit eam Deus, et praeelegit eam.
R. In tabernaculo suo habitare fecit eam.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

Oremus
Sancta Maria, Regina caelorum, Mater Domini nostri Iesu Christi, et mundi Domina, quae nullum derelinquis, et nullum despicis: respice me, Domina, clementer oculo pietatis, et impetra mihi apud tuum dilectum Filium cunctorum veniam peccatorum: ut qui nunc tuam sanctam et immaculatam conceptionem devoto affectu recolo, aeternae in futurum beatitudinis, bravium capiam, ipso, quem virgo peperisti, donante Domino nostro Iesu Christo: qui cum Patre et Sancto Spiritu vivit et regnat, in Trinitate perfecta, Deus, in saecula saeculorum. Amen.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

V. Benedicamus Domino.
R. Deo gratias.

V. Fidelium animae per misericordiam Dei requiescant in pace.
R. Amen.

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Ad Primam

V. DOMINA, in adiutorium meum intende.
R. Me de manu hostium potenter defende.

V. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
R. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.


SALVE, Virgo sapiens,
domus Deo dicata,
columna septemplici
mensaque exornata.

Ab omni contagio
mundi praeservata.
Semper sancta in utero
matris, ex qua nata.

Tu Mater viventium,
et porta es sanctorum.
Nova stella Iacob,
Domina angelorum.

Zabulo terribilis
acies castrorum.
Porta et refugium
sis Christianorum.
Amen.

V. Ipse creavit illam in Spiritu Sancto.
R. Et effundit illam super omnia opera sua.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

Oremus
Sancta Maria, Regina caelorum, Mater Domini nostri Iesu Christi, et mundi Domina, quae nullum derelinquis, et nullum despicis: respice me, Domina, clementer oculo pietatis, et impetra mihi apud tuum dilectum Filium cunctorum veniam peccatorum: ut qui nunc tuam sanctam et immaculatam conceptionem devoto affectu recolo, aeternae in futurum beatitudinis, bravium capiam, ipso, quem virgo peperisti, donante Domino nostro Iesu Christo: qui cum Patre et Sancto Spiritu vivit et regnat, in Trinitate perfecta, Deus, in saecula saeculorum. Amen.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

V. Benedicamus Domino.
R. Deo gratias.

V. Fidelium animae per misericordiam Dei requiescant in pace.
R. Amen.

__________________________________________________________________________



Ad Tertiam

V. DOMINA, in adiutorium meum intende.
R. Me de manu hostium potenter defende.

V. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
R. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

SALVE, arca foederis,
thronus Salomonis,
arcus pulcher aetheris,
rubus visionis.

Virga frondens germinis,
vellus Gedeonis,
porta clausa numinis,
favusque Samsonis.

Decebat tam nobilem
natum praecavere
ab originali
labe matris Evae.

Almam, quam elegerat,
Genetricem vere,
nulli prorsus sinens
culpae subiacere.
Amen.

V. Ego in altissimis habito.
R. Et thronus meus in columna nubis.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

Oremus
Sancta Maria, Regina caelorum, Mater Domini nostri Iesu Christi, et mundi Domina, quae nullum derelinquis, et nullum despicis: respice me, Domina, clementer oculo pietatis, et impetra mihi apud tuum dilectum Filium cunctorum veniam peccatorum: ut qui nunc tuam sanctam et immaculatam conceptionem devoto affectu recolo, aeternae in futurum beatitudinis, bravium capiam, ipso, quem virgo peperisti, donante Domino nostro Iesu Christo: qui cum Patre et Sancto Spiritu vivit et regnat, in Trinitate perfecta, Deus, in saecula saeculorum. Amen.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

V. Benedicamus Domino.
R. Deo gratias.

V. Fidelium animae per misericordiam Dei requiescant in pace.
R. Amen.

__________________________________________________________________________


Ad Sextam

V. DOMINA, in adiutorium meum intende.
R. Me de manu hostium potenter defende.

V. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
R. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

SALVE, Virgo puerpera,
templum Trinitatis,
angelorum gaudium,
cella puritatis.

Solamen moerentium,
hortus voluptatis,
palma patientiae
cedrus castitatis.

Terra es benedicta
et sacerdotalis,
sancta et immunis
culpae originalis.

Civitas altissimi,
porta orientalis:
in te est omnis gratia,
Virgo singularis.
Amen.

V. Sicut lilium inter spinas
R. Sic amica mea inter filias Adae.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

Oremus
Sancta Maria, Regina caelorum, Mater Domini nostri Iesu Christi, et mundi Domina, quae nullum derelinquis, et nullum despicis: respice me, Domina, clementer oculo pietatis, et impetra mihi apud tuum dilectum Filium cunctorum veniam peccatorum: ut qui nunc tuam sanctam et immaculatam conceptionem devoto affectu recolo, aeternae in futurum beatitudinis, bravium capiam, ipso, quem virgo peperisti, donante Domino nostro Iesu Christo: qui cum Patre et Sancto Spiritu vivit et regnat, in Trinitate perfecta, Deus, in saecula saeculorum. Amen.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

V. Benedicamus Domino.
R. Deo gratias.

V. Fidelium animae per misericordiam Dei requiescant in pace.
R. Amen.

__________________________________________________________________________
Ad Nonam

V. DOMINA, in adiutorium meum intende.
R. Me de manu hostium potenter defende.

V. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
R. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

SALVE, urbs refugii,
turrisque munita
David, propugnaculis
armisque insignita.

In conceptione
caritate ignita
draconis potestas
est a te contrita.

O mulier fortis,
et invicta Iudith!
Pulchra Abisag virgo
verum fovens David!

Rachel curatorem
Aegypti gestavit:
Salvatorem mundi
Maria portavit.
Amen.

V. Tota pulchra es, amica mea.
R. Et macula originalis numquam fuit in te.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

Oremus
Sancta Maria, Regina caelorum, Mater Domini nostri Iesu Christi, et mundi Domina, quae nullum derelinquis, et nullum despicis: respice me, Domina, clementer oculo pietatis, et impetra mihi apud tuum dilectum Filium cunctorum veniam peccatorum: ut qui nunc tuam sanctam et immaculatam conceptionem devoto affectu recolo, aeternae in futurum beatitudinis, bravium capiam, ipso, quem virgo peperisti, donante Domino nostro Iesu Christo: qui cum Patre et Sancto Spiritu vivit et regnat, in Trinitate perfecta, Deus, in saecula saeculorum. Amen.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

V. Benedicamus Domino.
R. Deo gratias.

V. Fidelium animae per misericordiam Dei requiescant in pace.
R. Amen.
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Ad Vesperas

V. DOMINA, in adiutorium meum intende.
R. Me de manu hostium potenter defende.

V. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
R. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

SALVE, horologium,
quo, retrogradiatur
sol in decem lineis;
Verbum incarnatur.

Homo ut ab inferis
ad summa attollatur,
immensus ab angelis
paulo minoratur.

Solis huius radiis
Maria coruscat;
consurgens aurora
in conceptu micat.

Lilium inter spinas
quae serpentis conterat
caput: pulchra ut luna
errantes collustrat.
Amen.

V. Ego feci in caelis ut oriretur lumen indeficiens.
R. Et quasi nebula texi omnem terram.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

Oremus
Sancta Maria, Regina caelorum, Mater Domini nostri Iesu Christi, et mundi Domina, quae nullum derelinquis, et nullum despicis: respice me, Domina, clementer oculo pietatis, et impetra mihi apud tuum dilectum Filium cunctorum veniam peccatorum: ut qui nunc tuam sanctam et immaculatam conceptionem devoto affectu recolo, aeternae in futurum beatitudinis, bravium capiam, ipso, quem virgo peperisti, donante Domino nostro Iesu Christo: qui cum Patre et Sancto Spiritu vivit et regnat, in Trinitate perfecta, Deus, in saecula saeculorum. Amen.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

V. Benedicamus Domino.
R. Deo gratias.

V. Fidelium animae per misericordiam Dei requiescant in pace.
R. Amen.

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Ad Completorium

V. Convertat nos, Domina, tuis precibus placatur Iesus Christus Filius tuus.
R. Et avertat iram suam a nobis.

V. DOMINA, in adiutorium meum intende.
R. Me de manu hostium potenter defende.

V. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
R. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

SALVE, virgo florens,
mater illibata,
regina clementiae,
stellis coronata.

Super omnes angelos
pura, immaculata,
atque ad regis dexteram
stans veste deaurata.

Per te, mater gratiae,
dulcis spes reorum,
fulgens stella maris,
portus naufragorum.

Patens caeli ianua
salus infirmorum
videamus regem
in aula sanctorum.
Amen.

V. Oleum effusum, Maria, nomen tuum.
R. Servi tui dilexerunt te nimis.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

Oremus
Sancta Maria, Regina caelorum, Mater Domini nostri Iesu Christi, et mundi Domina, quae nullum derelinquis, et nullum despicis: respice me, Domina, clementer oculo pietatis, et impetra mihi apud tuum dilectum Filium cunctorum veniam peccatorum: ut qui nunc tuam sanctam et immaculatam conceptionem devoto affectu recolo, aeternae in futurum beatitudinis, bravium capiam, ipso, quem virgo peperisti, donante Domino nostro Iesu Christo: qui cum Patre et Sancto Spiritu vivit et regnat, in Trinitate perfecta, Deus, in saecula saeculorum. Amen.

V. Domina, protege orationem meam.
R. Et clamor meus ad te veniat.

V. Benedicamus Domino.
R. Deo gratias.

V. Fidelium animae per misericordiam Dei requiescant in pace.
R. Amen.

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Ad Commendationem


SUPPLICES offerimus
tibi, virgo pia,
haec laudum praeconia:
Fac nos ut in via
Ducas cursu prospero,
et in agonia
tu nobis assiste,
O dulcis Maria.

R. Deo gratias.

Ant. Haec est virga in qua nec nodus originalis, nec cortex actualis culpae fuit.

V. In conceptione tua virgo immaculata fuisti.
R. Ora pro nobis Patrem, cuius Filium peperisti.

Oremus
Deus, qui per immaculatam Virginis conceptionem dignum Filio tuo habitaculum praeparasti: quaesumus, ut qui ex morte eiusdem Filii tui praevisa eam ab omni labe praeservasti, nos quoque mundos eius intercessione ad te pervenire concedas. Per eundem Christum Dominum nostrum. Amen.